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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Talvez pudesse


Talvez pudesse ter super-poderes, ser perfeita, agarrar em espinhos e transformá-los em rosas.
No entanto, nunca serei brindada com esses dons e hoje as minhas mãos estão cortadas e repletas de sangue, pois eu sou apenas uma fraca.
Devia levantar a voz e gritar loucamente "Até nunca!", mas não sou capaz, por mais que o deseje.
Não sei aguentar, não sei disfarçar, quero desaparecer e a minha história apagar.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Berço da fantasia


Cantas-me mais uma canção de embalar e fazes-me sonhar acordada.
Envolves-me em nuvens de tons doces e suaves que me fazem sentir adormecida. Fico atordoada com tanta perfeição e perco-me na ilusão.
Adormeço no berço da fantasia que juntos construímos ao partilharmos o céu, ao brincarmos nas nuvens e ao sentir o seu delicado toque.
Porém inexplicavelmente paraste de cantar, de me acarinhar, de me fazer voar.
E assim, o berço desfez-se e os meus olhos vêem agora o que antes não viam.
Deixaste-me cair, roubaste-me o meu ninho e deste-me apenas a desilusão.
Tenho as mãos cheias de nada, estou inteiramente vazia, pois tu apagaste a minha vontade de sonhar.
E sem forças para continuar faço-te um último pedido:
- Por favor volta a cantar para mim, prenda-me com a tua doçura e embala-me eternamente.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Grãozinhos de coragem


Fui amontoando os grãozinhos de coragem que encontrei aqui e ali, que germinaram do sonho. Pensava possuir a atmosfera. A atmosfera que eras tu, contudo enganei-me.
Tentei libertar, libertar-me. Fi-lo, mas tu impiedosamente tiraste-me o oxigénio. Caí desprotegida, fiquei sem respirar! Acreditava nas nuvens que me iriam amparar, mas essas desfizeram-se à minha frente triste e lentamente. A causa foste tu e ainda a és. A pergunta que me persegue é ainda “Porquê?”, da qual desconheço a resposta. Resposta que até tu desconheces.
A tua acção veio como um marco dos teus desejos, do teu sonho. Sonho que me impuseste, sonho que nunca fora meu. O meu perdera-o à muito quando o teu olhar sinistro e a tua voz pavorosa o rejeitaram.
Não sei quem conseguirei perdoar. Serei capaz de te perdoar e de me perdoar?
Os teus erros aceitá-los-ei um dia, mas os meus jamais!
Os grãozinhos de coragem flutuam no ar, talvez um dia vá em sua busca, no dia em que reconstruir as asas que tu tão friamente me tiras-te.
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